O gasoduto Bolívia – Mato Grosso, de propriedade da Gasocidente do Mato Grosso LTDA, no seu trecho brasileiro, tem comprimento de aproximadamente 283 km e diâmetro externo de 18″, iniciando-se na fronteira com a Bolívia, no KP 362+262, no município de Cáceres – MT, e atravessando os municípios de Cáceres, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Várzea Grande e Cuiabá, até a termoelétrica Governador Mário Covas, no KP 644+918. O gasoduto tem o sentido do fluxo unidirecional.
O gasoduto é construído em aço carbono API 5LX–65 com revestimento externo em FBE (Fusion Bonded Epoxy), e tem a espessura da parede variando conforme a classe da tubulação. Para trechos de classe I a espessura da parede é de 0,250″, para os trechos de classe II a espessura da parede é de 0,375″ e para os cruzamentos de rios e serras, onde o método de construção utilizado foi o furo direcional, a espessura da parede do duto é de 0,500″. O duto apresenta profundidade de enterramento em torno de 1,20 m na sua maior parte.
O duto ocupa uma faixa de servidão com 30 metros de largura, dos quais somente 15 metros sofrem manutenção, sendo 5 metros do lado esquerdo do duto e 10 metros do lado direito do duto, considerando o sentido do fluxo de Cáceres para Cuiabá.
O empreendimento está projetado para utilizar como estação de recebimento de gás, de forma compartilhada, a EMED San Matías (Estação de Medição e Entrega de Gás) de propriedade da empresa Gasoriente Boliviano, localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia.
O gasoduto está equipado com 10 válvulas de bloqueio de atuação automática, instaladas ao longo do duto a cada 30 km (atuam por nível mínimo de pressão ou por queda brusca de pressão, ou seja, quando se verificar queda maior que 3,5 kgf/cm2 por minuto), 2 futuras estações de compressão previstas para serem instaladas nos KPs 393+800 e 496+896, 3 lançadores e 3 recebedores de pigs, 3 válvulas de saída lateral instaladas nos KPs 449+539, 631+591 e 644+918, 1 estação de medição, entrega e redução de pressão (EMED Cuiabá).
O sistema de proteção catódica é por corrente impressa, com 3 retificadores instalados ao longo do gasoduto, com seus respectivos leitos de anodos e 172 pontos de teste distribuídos em intervalos de 2 km.
A MAOP (Máxima Pressão de Operação) é de 101,24 kgf/cm2 e o volume autorizado para transporte, conforme a autorização ANP Nº 118 de 17/01/2001, é de 2,8 Mm3.
O sistema de redução de pressão instalado no interior da EMED Cuiabá é composto por 3 ramais de regulagem equipados com 2 válvulas cada, sendo uma válvula reguladora de pressão e a outra válvula monitora, ambas equipadas com atuadores pneumáticos. Em caso de falha da válvula reguladora a válvula monitora assume a regulagem da pressão. Esse sistema opera com o propósito de manter a pressão regulada de acordo com a necessidade da usina termoelétrica.
Nas estações de válvulas de bloqueio MLV 17, 23, 24 e 25 está instalado um sistema de comunicação por satélite alimentado eletricamente através de painéis solares, que permite o monitoramento pela sala de controle da pressão e do estado de abertura da válvula.